De uma experiência desagradável nasce a exigência de uma experiência melhorada.

Andei adormecida muitos anos da minha vida. Foram anos em que abandonei verdadeiramente o meu ser. Nessa altura, sentia o meu corpo pesado e a minha mente confusa. Quando somos levados por uma vida de sensações, desejo, estímulos externos e ansiedade, habita em nós uma sensação de confusão, de neblina constante em que não sabemos bem para onde estamos a ir, mas também já não sabemos como regressar a casa. Quando navegamos pela vida neste estado, é importante cair. É esta queda que revela a verdade por trás da ilusão. Quando caímos, entramos em contacto com o nosso coração porque já não resta energia para esconder tudo o que não queremos ver. Tornamo-nos mais humildes e confrontamo-nos com quem somos realmente. Encaramos as mentiras que nos contamos todos os dias. É duro, mas quando temos a capacidade de aceitar isto, conseguimos mudar e crescer em direção ao nosso real potencial. Para existir transformação, é necessária aceitação. Sem reconhecer a verdade, vivemos à mercê dos caprichos da vida e somos levados pelas marés, porque não existe um elo que nos conecta ao nosso centro. 


Um excerto do novo livro de Yung Pueblo, “A leveza de viver”:

“Quando me pergunto qual era o meu vício, não me vem à cabeça uma droga ou ânsia em particular como fonte da minha incursão pela obscuridade. Quando parei seriamente de consumir drogas, percebi que estava a recorrer a uma mistura de tudo o que me pudesse proporcionar um prazer temporário para preencher um vazio dentro de mim que não tinha coragem de enfrentar. O vazio nunca se saciava ou satisfazia. Qualquer prazer que eu pudesse experienciar ou atenção que as pessoas me dessem nunca era suficiente. Era uma espécie de vácuo sem fim, capaz de absorver o mundo, cuspi-lo e ainda ter espaço para exigir mais.”


Conquiste seu espaço

Recomendações literárias relativas a este tema:

A Voz do Conhecimento – Don Miguel Ruiz
A Leveza de viver - Yung Pueblo


Somos Infinitos - Episódio da semana:

Rui Marques é um homem com uma profundidade tremenda, é apaixonado pela vida e foi companheiro de Irina Fernandes, uma mulher que marcou milhares de pessoas com a história de um cancro incurável. Decidi conversar com ele, porque considero a mensagem do Rui extremamente relevante: a impermanência é a essência da existência e, ao aceitarmos esta condição, podemos viver uma vida mais plena. A conversa foi incrivelmente inspiradora.

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