Somos o nosso próprio Guru

Achamos sempre que os outros sabem mais sobre nós do que nós mesmos.

Ouvimos gurus, procuramos especialistas, terapeutas, médicos alternativos, sempre à procura que nos deem uma bussola orientadora para navegarmos naquele que é o nosso caminho. Toda a gente tem uma opinião. E nós aprendemos, desde cedo, a estarmos muito atentos ao que os outros dizem. A nossa hiper vigilância ao que o mundo pensa, fez-nos desconectar do nosso poder pessoal: deixámos de sentir o nosso corpo, de saber ouvir a nossa intuição, de perceber como nos sentimos perante a presença de alguém. A verdade é que cada um de nós, dentro de si mesmo, tem todas as respostas que procura. Se abrandarmos o ritmo e se pararmos de fugir, se vivermos mais devagar e não tivermos medo de sentir, vamos encontrar uma voz que sabe de forma integra, todas as respostas. Ultimamente, tenho aprendido a seguir essa voz. Com medo, mas com confiança, ela sabe para onde vai. Quando a minha mente não compreende o meu corpo, quando eu não percebo onde estou e quem sou, eu abrando para me conseguir ouvir melhor. Claro que é mais fácil não parar e não ouvir. Há menos dor, mas também há menos amor. A cabeça vai-se afastando do coração. Tornamo-nos seres mais automáticos, menos realizados, fazemos o que é suposto e vamos dormir com um vazio que nos engole. A depressão é o acumular de todas estas noites em que nos deitamos com este vazio. É o acumular das máscaras que vestimos todos os dias e que nos ausentam de nós próprios. 

Ao longo da vida, há setas que indicam o caminho de volta à nossa essência, sinais que nos dizem "O caminho é por aqui". Contudo, a mente muitas vezes mente, afastando-nos de quem somos. O perigo reside em ignorar constantemente esses sinais, chegando a um ponto onde nos perdemos completamente. A depressão, para mim, é quando já não conseguimos encontrar o caminho de volta para casa. É muito importante estar atento ao que o coração nos diz.


Referências de livros que abordam este tema:

  1. Engenharia interior - Sadhguru

  2. Escuta o teu corpo - Lise Bourbeau

  3. Nasceste para cuidar de ti – Sónia Brito

  4. Anatomia do espírito – Caroline Myss

  5. Quem és tu? - Lise Bourbeau

  6. A doença como caminho – Thorwald Dethlefsen


Um excerto do novo livro da Marta Gautier,

“As pessoas vão sempre dar-vos muitas opiniões sobre como se deve viver. Inclusive eu, que, como todos, fui condicionada por esta cultura e por isso muitas vezes me engano e digo coisas de acordo com esse condicionamento, mas percebam que cada um de nós, dentro de si mesmo, já tem as respostas para a vida. Aprendam a reconhecer essa voz e sigam-na, independentemente do que os outros dizem, inclusive eu.”

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Sobre o amor, a amizade e o fluxo da vida