Sobre o medo e o amor
Se estás a ler isto, é porque
de alguma forma acreditas nas infinitas possibilidades que existem no mundo e dentro de ti. Se és também um(a) sonhador(a) como eu, é provável que te envolvas nas páginas dos livros que lês, nas músicas que ouves e nos cenários deslumbrantes que a Natureza nos apresenta. Partilho contigo alguns textos por onde me perdi esta semana.
No medo:
“O medo é a energia que contrai, fecha, isola, foge, esconde, amealha, faz mal. O amor é a energia que expande, abre, liberta, fica, revela, partilha, cura. O medo envolve os nossos corpos com roupagens, o amor permite-nos andar desnudos. O medo pega-se e agarra-se a tudo o que temos, o amor despoja-se de tudo isso. O medo cerca-nos, o amor enlaça-nos. O medo prende, o amor liberta. O medo infecta, o amor alivia. O medo agride, o amor apazigua. Qualquer pensamento, palavra ou ação humana assenta numa destas emoções. Nada podes fazer quanto a isso pois não tens outra hipótese de escolha. Mas o teu livre-arbítrio permite-te escolher entre as duas.”
Neale Donald Walsch
No amor:
“Amor não é simplesmente dar; é dar criteriosamente e não dar criteriosamente também. É elogiar criteriosamente e criticar criteriosamente. É discutir, lutar, confrontar, animar, empurrar e puxar, além de reconfortar, criteriosamente.
Amar é uma atividade complicada e não simples, que exige a participação de todo o seu ser – da cabeça tanto como do coração. Não dar na altura certa é mais compassivo do que dar na altura errada e fomentar a independência é mais uma manifestação de amor do que cuidar de pessoas que podem perfeitamente tomar conta de si próprias.”
Scott Peck
No trauma:
“Como afirmei no capítulo anterior, a resposta mais frequente à angústia é procurar pessoas de quem gostamos e em quem confiamos para nos ajudarem a ter a coragem para continuar. Também podemos apaziguar essa angústia praticando uma atividade física, como andar de bicicleta ou ir ao ginásio.
Começamos a aprender estas formas de regular os nossos sentimentos a partir do momento em que alguém nos alimenta quando temos fome, nos tapa quando temos frio ou nos embala quando estamos feridos ou assustados.
Mas se nunca ninguém nos lançou um olhar cheio de amor, abriu um sorriso assim que nos viu ou correu para nos ajudar (e, em vez disso, nos disse: 'Pára de chorar ou já te dou uma razão para isso!), então precisamos de descobrir outras maneiras de tomar conta de nós. Nesse caso, é provável que se experimente tudo aquilo que possa trazer um certo alívio - sejam drogas, álcool, bulimia ou automutilação.”
Dr. Bessel van der Kolk
Na amor próprio:
“Mas ainda mais importante do que encontrar um parceiro é cuidar do nosso coração num jogo de namoro que pode ser um empreendimento devastador de promessas quebradas e expetativas frustradas. Cuidar de nós próprios durante o namoro significa não trair a nossa verdadeira natureza numa tentativa desesperada de fazer alguém querer-nos. Precisamos de manter os nossos limites para que o processo não termine em abandono de nós próprios e autodepreciação.”
David Richo