Nada foi feito para durar
A impermanência é a essência da existência. Aceitar esta realidade pode trazer alguma serenidade às nossas vidas, embora não seja fácil. Como é que nos entregamos verdadeiramente a alguém quando sabemos que tudo vai acabar? Como é que conseguimos estar verdadeiramente presentes na nossa vida ao sabermos que tudo eventualmente chegará ao fim? Como silenciar a constante agitação na nossa mente, que clama por permanência? Mas a verdade é esta. O Universo pode conceder-nos o que quisermos, exceto a permanência. Nada foi feito para durar: os frutos amadurecem, as flores morrem, as montanhas movem-se, os glaciares derretem. Este é dos maiores desafios da vida: as relações terminam, as pessoas partem, a morte é inevitável. Ninguém nos pertence permanentemente, tudo está em constante mutação. O desejo de manter as coisas como estão, é a origem do nosso sofrimento, o apego às nossas expetativas da vida. Contudo, assim como a mudança é cíclica, também o é a tristeza, e esta é a boa notícia: o sofrimento é passageiro. Tudo é temporário e efémero.